Os Navios a Vapor

Podemos ter uma idéia melhor de como eram aquelas viagens através do relatório do médico da Marinha Real, Coronel Teodorico Rosati: “Acocorados sobre a lona, junto às escadas com o prato entre as pernas e um pedaço de pão sobre os pés os nossos emigrantes comem sua refeição como os miseráveis nas portas dos conventos e igrejas. É um aviltamento do ponto de vista moral e um perigo do ponto de vista higiênico, pois vocês podem imaginar o que seja uma lona de um barco a vapor sobre a qual se encontra todo o tipo de imundície voluntária e involuntária daqueles viajantes?”

Outro relato de Teodorico: “O comissário que algumas vezes descia nos dormitórios descrevia cenas de apertar o coração: A massa de pessoas imbricadas, corpos humanos uns sobre os outros, com os joelhos sobre o peito, os pés contra os rostos pernas para o ar, braços, rostos imundos e cansados, despenteados, um ar quente, fedido sem ventilação de onde se ouvia choros, gritos de invocações aos santos e desespero.”

Ferrucio Macola tripulante de uma dessas viagens deixou escrito: “Não me explicam como pode ser que tantas pessoas consigam sobreviver naquele ambiente por 20, 30 às vezes 40 dias, respirando o ar mais pestilento e viscoso que já vi contaminado pelos gases ácidos liberados de alimentos mal digeridos defecados ou vomitados.”

Muitos morreram nessas viagens e existem relatos de verdadeiras epidemias com centenas de mortos e de viagens onde diariamente cerca de 30 corpos de pessoas eram lançados ao mar.

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